O presidente da Câmara Municipal de Santarém garante que quer colocar os bombeiros municipais da cidade dentro da legalidade e torná-la numa unidade racional e não corporativa.
Francisco Moita Flores (independente eleito pelo PSD) reage assim à tomada de posição de dois voluntários que prestam serviço nos Bombeiros Municipais de Santarém, que no sábado, 21 de Novembro, faltaram ao piquete, alegadamente em protesto pela decisão da autarquia de deixar de pagar horas de piquete.
Moita Flores explica que decidiu chamar a si o pelouro dos bombeiros porque sabia da existência de graves problemas na corporação, que os três vereadores que detiveram o pelouro nunca conseguiram resolver por interferência de lóbis.
No caso das remunerações aos voluntários que prestam serviço na corporação, Moita Flores disse que pediu um parecer à Inspecção Geral da Administração Local, tendo deixado de pagar as horas de piquete assim que recebeu a informação de que esse pagamento é ilegal.
A Associação Nacional de Bombeiros Profissionais e o Sindicato Nacional dos Bombeiros Profissionais afirmaram na terça-feira, 24 de Novembro, em comunicado, não entender o protesto dos voluntários já que a exigência do pagamento das horas efectuadas por parte daqueles bombeiros perverte o conceito de voluntariado em que se encontram inseridos.
No documento, declaram preocupação com a forma como estas situações podem afectar o socorro e reiteram o que têm desde sempre defendido, a necessidade de aumentar o número de efectivos profissionais na corporação de Santarém.
Moita Flores assegura que a autarquia vai abrir no próximo ano um concurso para admissão de mais cinco bombeiros profissionais. Segundo disse, a intenção é reestruturar a corporação, acabando com a sobreposição de funções entre profissionais e voluntários, e redefinir a relação com as corporações de voluntários do concelho, sobretudo com a da cidade. Recorde-se que no concelho existem também os corpos voluntários de Pernes e Alcanede.
Os Bombeiros Municipais de Santarém têm actualmente 21 dos 30 efectivos previstos no quadro, contando com a colaboração de 24 voluntários.